terça-feira, 2 de junho de 2020

As coisas que eu falo são tão tragicamente carregadas de verdade que o peso dessa carga está me derrubando.
Eu queria umas mentiras banais para acreditar e ser feliz.

quarta-feira, 13 de maio de 2020

Eu vou dormir

Eu vou dormir.
Mas eu queria dormir além.
Um mês, um tempo.
Como um ensaio pra morrer, já que
agora há tantas novas covas abertas.
Num sono sem sonhos, eu não tenho mais sonhado.
Onde estão os meus sonhos,
como um abraço?
Muitos dias sem um abraço.
Eu que sou, dado, de sorriso fácil, me vejo no espelho mascarado.
Não há mais graça, na farsa, da minha alegria.
Preciso sobreviver mais um dia
Pra contar a quem vier como foi, como é.
E Talvez eu seja um número estatístico na TV.
Seja como for, eu vou dormir.
Mesmo que seja perda de tempo, dormir.
Eu vou,
influenciar digitalmente a milhões a correr e ver o mar.
A soltar as máscaras, os sapatos e abraçar o tempo.
Eu to sonhando,
é devaneio outra vez,
efeito de remédio..
Soltei a vida,
abracei o tempo.
E ele parou.

Zaca Oliveira
12/05/2020


https://www.facebook.com/zaca.oliveira/posts/10158060873866066

sábado, 27 de julho de 2019

Injusticias

"Nasci na Argentina; não é segredo para ninguém. Sou cubano e também sou argentino, se não se ofenderem os ilustríssimos latino-americanos, me sinto tão patriota da América-Latina, de qualquer país da América-Latina, como qualquer outro e, no momento em que fosse necessário, estaria disposto a entregar minha vida pela libertação de qualquer um dos países latino-americanos, sem pedir nada a ninguém, sem exigir nada, sem explorar ninguém..."

- He nacido en la Argentina; no es un secreto para nadie. Soy cubano y también soy argentino y, si no se ofenden las ilustrísimas señorías de Latinoamérica, me siento tan patriota de Latinoamérica, de cualquier país de Latinoamérica, como el que más y, en el momento en que fuera necesario, estaría dispuesto a entregar mi vida por la liberación de cualquiera de los países de Latinoamérica, sin pedirle nada a nadie, sin exigir nada, sin explotar a nadie.

- El libro verde olivo - página 203, Ernesto Guevara - Editorial Diógenes, 1970 - 236 páginas

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E assim ele fez, morreu tentando libertar a Bolívia, denunciado por quem ele lutava.


A vida é tão injusta que me dói.