terça-feira, 20 de abril de 2010

Mais saudade

Estou tão triste com tua partida, meu filho. Lembro de momentos contigo e sinto tanta dor. Teus olhinhos tão bons, tão repletos de bondade, tão cheios de amor, me olhavam e me davam tantas coisas boas. Nunca me pediam nada em troca. Estavas sempre aqui do meu lado, deitado aos meus pés. Me seguia pela casa entregue, meu. As tuas artes, outrora me faziam louca, hoje viraram piada na nossa família. Como quando saía pelo bairro com uma bananeira pendurada. Ou quando fugia pra correr as cachorras e voltava depois de dias, faminto, magro, mas todo faceiro. O dia em que fugiste lá da bisa e atravessaste a cidade pra voltar pra nossa casa. Todos os dias da nossa vida, que me esperavas na frente de casa. Quando me vias da sacada e levantavas ligeiro, abanando o rabo, latindo e chorando.

Chegar em casa agora vai ter um gosto imenso de saudade, de vazio. Como vou dobrar a esquina e não te ver?

Meu companheiro querido. Que pedaço de mim levaste junto. Sempre tão terno, tão amigo. Sábado fomos buscar a Vanessa na parada e sentaste bonitinho do meu lado. Fostes um cachorro tão amado. A mãe passava a mão na tua cabeça e dizia: - Filho a mãe vai comprar pão, tu ficas aqui fora que a mãe já volta, tá? - E tu ficavas. Seja na padaria, no Carrefour, tu ficavas ali sentadinho até a mãe sair. As noites de inverno em que me aquecias. Depois da morte do vô o quanto me apoiaste. Foste meu amparo. Teus olhos de bondade me diziam do pai, e eu me acalentava.


E ontem, quando fui pra Pelotas, não vieste na sacada como sempre fazia quando eu saía. Fiquei esperando no meio da rua, mas não vieste. Isso me dói. E o derradeiro final de semana que passaste comigo eu estava tão atucanada. Tão ocupada. Quase não te dei atenção. Ai, meu filho. A mãe sente tanto a tua falta. Eras uma luz em nossa casa.

Cuida bem do vô pra mãe, tá?

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