domingo, 9 de maio de 2010

Não quero ser Geniviève

O céu estava sombrio. O vento, eterno companheiro destas noites soturnas, arrancava arrepios de meu corpo e também de minha alma. Também ela estava nublada. Também ela estava congelada naquela noite. Eu olhava para frente mas não via mais o horizonte. Ele, tão próximo das mãos nestas calles de Pelotas, então estava ausente.

Meu coração estava despedaçado. Eu estava cansada. Eu não queria mais lutar. Que a noite viesse e me levasse para onde melhor lhe conviesse. Estava eu então entregue ao acaso. Basta de ter forças. Já não mais lutaria por uma esperança. Nem derrotada estava, visto que não assumiria mais nenhuma batalha. Não há derrota para quem nem ao menos combate.

O que há então? Vergonha? Humilhação? Rejeição? Repúdio? Rechaço? Nojo? Si...hay todo eso...

Imersa nestes sórdidos sentimentos, envolta neste patamar pestilento, alucinando com anjos demoníacos que se portavam bem, quase não percebo a mão quente que se estendeu. Nestes segundos que demoram horas, neste pequenino espaço de tempo entre o ver e o deixar passar, eu pude entender que a hora de meu repouso havia chegado.

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