quarta-feira, 10 de março de 2010

Quem sobrou de verdade?

Hoje chorei de novo. Aquele choro que se chora quando não há mais nada ali. Quando alguém acende a luz e vemos que só tem vazio. Todas as expectativas, carinho e sentimento que foi investido, foi investido no vácuo. Então se chora. Se chora pela perda. Mas se não tinha nada como podemos chorar por uma "perda"? Perda do que não se teve? Perda do que não era? Se não era como se perdeu? Ou o choro é pelo sentimento de traição de nós mesmos, pelo fato de termos sido bobos? Será que se auto-enganar dói tanto assim? Se a pessoa que nos engana somos nós mesmos, não deveria doer menos?

E agora fico olhando ao redor. Numa paranóia contínua procuro imaginar, afinal de contas, quem sobrou de verdade? De verdade mesmo, com toda a sua totalidade, com toda sua essência. Será que quem sobrou tem essência? Tem totalidade? Estou cansada deste jogo, não quero mais brincar de sofrer, não quero mais este brincar que  é sofrer, porque quem brinca não sou eu, mas quem sofre sempre sim.

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