terça-feira, 20 de maio de 2014

Copa do Mundo no Brasil: Ter ou não ter, eis a questão!

Eu não gosto de futebol.
Aproveito as folgas-feriado dos dias de jogos pra descansar, dormir, cuidar das minhas plantas, ler, por em dia os meus escritos, entre outras coisas que gosto de fazer.
Obviamente, uma pessoa como eu acha que não deveria haver copa. Porque uma pessoa como eu acha que não deveria haver futebol.
Então, por ser minha legítima opinião, me somei à galera do "deveria ter hospitais e não estádios". Porque é isso que penso mesmo, visto que futebol PRA MIM é perda de tempo e alienação.
Daí, vi postagens de que os militares não quiseram fazer copa. Aí já me deu um estalo, se eles não quiseram, talvez a gente devesse querer. Parodiando Brizola "se os militares são a favor eu sou contra, se são contra eu sou a favor".
E passei a ver que virou uma moda e uma febre essa coisa de não vai ter copa, e de forma irracional. Sabe por quê? Porque mesmo quem é doente por futebol, que defende a construção do estádio do seu time, que chorou ao ir na inauguração do estádio do seu time - construído com o dinheiro da copa -, que se emociona com os jogos, comenta nas redes sociais, sofre, ri, se desespera e ama futebol, mesmo essas pessoas estão compartilhando essas coisas de "não deveria ter copa". Mas nenhuma delas está pensando em juntar o dinheiro que foi gasto pra construir o estádio do seu time e devolver pro estado. Então, pra mim, isso é irracional, pra não dizer que é conveniência.
Acho que o cara deste texto http://www.cartamaior.com.br/?%2FColuna%2FVai-ter-Copa-argumentos-para-enfrentar-quem-torce-contra-o-Brasil%2F30090&fb_action_ids=657084967693263&fb_action_types=og.recommends até deu uma exagerada na forma como ele fala dessas pessoas, o tom dele tá meio alto demais, mas tirando isso o que ele fala tem algum sentido.

Fico pensando em algumas ondas que surgem na massa. Umas ondas que dão a impressão que são movidas e controladas por ela mesma, porém daqui a pouco acaba e parece que a força estava em outro lugar. Do que eu estou falando? Estou falando de movimentos que acontecem na sociedade, que aparentemente vêm do povo, mas que acabam de forma tão inesperada como começaram sem que ninguém saiba dizer como. Em ano eleitoral SEMPRE começa o burburinho de greve. Em 2012 teve greve da polícia federal, correios, universidades federais, entre outros. A das universidades acompanhei de perto. Foi uma onda. Nós estudantes, nos achando muito politizados, aderimos à greve dos professores e técnicos, achando que estávamos mudando o mundo. Colocamos uma pauta de reivindicações, no meu curso pedimos nossos tão esperados laboratórios. O que aconteceu? A cúpula que nos usou de massa de manobra foi lá, levou as SUAS pautas, definiram a portas fechadas as coisas em Brasília e no fim das contas estou me formando SEM OS BENDITOS LABORATÓRIOS. Assim como nas universidades, as greves dos outros serviços também acabaram assim, como começaram, de forma inesperada. Fazem uma gritaria, um discurso lindo de morrer, todo mundo se emociona, adere, vai pra rua, grita junto, e daqui a pouco vem alguém e é como se dissesse: "Deu gente, pode parar que não precisamos mais de vocês". A boiada abaixa a cabeça e volta pra casa, volta feliz porque a adrenalina lhe trouxe uma sensação de bem estar, mas volta com as mãos vazias.
Foi assim com os protestos do ano passado. OK, baixaram o valor da passagem, mas não tava todo mundo na rua gritando que NÃO ERA POR CAUSA DOS VINTE CENTAVOS? Por que parou, parou por quê? Por que ainda estamos sem NENHUMA das outras pautas atendidas? Alguém sabe por que esse movimento se esvaziou? Alguém sabe EXATAMENTE como esse movimento começou? "Ah, foi um grupo na internet". Que grupo? Por que ele não manteve a galera reunida, se organizando pra MUDAR O BRASIL como gritavam na rua?

Sabe, cada vez mais eu acho que tem mais caroço nesse angu do que "sonha a nossa vã filosofia". Acho que somos MUITO mais manobrados do que podemos entender. Começo a achar que deve ter copa...



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