segunda-feira, 7 de junho de 2010

Sem a Tchumi

Nada no mundo é mais importante pra mim do que tu.

Olhando o vazio que deixaste, tenho certeza de que a luz que ilumina minha vida é este sorriso lindo.

Nos conhecemos numa noite fria de abril, mas haviam meses que eu já tinha te jurado meu amor eterno. Me avisaste que viria no início da noite. Eu estava no mercado Kastelão. Que depois virou Nacional, que depois virou Big. Fiquei com um pouco de medo, mas enfim iria te conhecer. Nosso encontro foi lindo. Me olhaste com estes olhos perfeitos numa tranqüilidade impressionante. Desde então parte de mim está em ti. Não tenho mais sossego, não tenho mais descanso. Ao teu lado tudo está certo, mesmo quando brigamos. Longe de ti meu coração fica em cacos, eu não sou eu, falta um pedaço, falta meu melhor pedaço.

Eu conversava contigo. Quando não respondias, eu mesma imitava uma voz maluca e seguia num diálogo doido, mas feliz, muito feliz. Daí o apelido “Tchumicofni”. Um pedaço da imitação que eu fazia dos teus barulhos. Não tenho como dizer tudo que aprendi contigo. E desde sempre minha vida foi de escolhas. Perdi várias conquistas tuas que outros e outras puderam compartilhar. Eu chegava em casa do trabalho, te encontrava, ficava a par da novidade e me entristecia. Eu que deveria ter estado ao teu lado. Eu que queria estar ali, vivendo aquele momento contigo. E tem gente que me diz que a vida é justa...pobres inocentes ou meigos imbecis.

Nossa relação se construiu envolta por muitas dificuldades. O mundo que nos rodeava era hostil. Nem sabíamos porquê havia tanta raiva ao nosso redor, nem entendíamos direito o que passava. Mas eu sempre estava contigo. E sempre estavas comigo. Havia um espaço pra doçura no meio do turbilhão. Lembra quando me levavas o café na cama? Que doce. Lembra das nossas cosquinhas? Da “Louca” e da “Louquinha da Coca-Cola”? Lembra do “tsss”? A gente se divertia muito. As fotinhos na máquina do shopping. Como pudemos ser tão felizes com tanta gente tentando nos fazer mal? Como pudemos sobreviver a tudo isso? E ainda seguimos felizes, felizes, felizes!

Assim, minhas idas à Pelotas se tornam cada vez mais difíceis. Te deixar dói. Estar lá é estar o tempo todo angustiada, preocupada.

Aquela noite, no Kastelão, quando minha bolsa estourou, eu não sabia, filha, o quanto seria feliz. E não sabia que ser mãe é esta felicidade doída, dividida, compartida.

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