Eu saio em defesa de alguém que está sendo injustiçado ou maltratado. Não tenho medo de cara feia, seja quem for, se eu presenciar uma injustiça eu vou abrir minha boca e vou gritar. Eu nem penso, nem avalio, injustiça não tem meio termo, não tem talvez. Se todos ficam quietos não me importa, se minha voz não adiantar pra resolver a situação não me importa, eu não levo NUNCA pra casa o sentimento de ter podido fazer algo pra impedir uma situação injusta e não ter feito nada. A minha consciência vai pra casa leve. Se não foi suficiente foi porque outras vozes não se juntaram à minha e se calaram. E os donos delas que se revirem na cama. Como a vó dizia: "o pecado é deles!".
Mas aqui em Pelotas eu tenho vivido umas coisas tão doidas e malucas que superam tudo que eu já vi de mesquinharia, querer sobreviver a qualquer preço e por cima dos outros, individualismo, falta de coletividade, etc. Mesmo vendo as injustiças, mesmo testemunhando crueldades e admitindo que foram abusivas, as pessoas aqui repetem o tempo todo que "Ah, pra mim ela nunca fez nada, então não posso falar". Não fez ainda, mas vai fazer com certeza é só deixares de importar, de ser útil! Isso é tão óbvio pra mim, como conseguem ser tão toupeiras assim? São tantas e tantas as situações que eu mesma já estou vivendo um processo de rever meus posicionamentos, pelo menos nesse chão triste e egoísta. Pelo menos aqui talvez eu tenha que mudar. O que acontece é simples, porém me estarrece. Eu presencio situações absurdamente injustas, eu abro minha boca, defendo quem for, acolho, fico do lado. Como eu sempre fiz na minha vida, como eu acho que é certo fazer, como eu gostaria que fizessem comigo caso precise, como era lá na minha terra linda. Mas daí passa uns tempos e a pessoa que foi maltratada já está de bem com o agressor. E não é por perdão, por terem feito as pazes, terem conversado, se explicado. É por questões de interesse, por questões políticas, por questões de status, por questões mesquinhas como ganhar as roupas usadas da pessoa, como estabelecer vínculos e articulações para projeções futuras.
Eu olho e fico ali, enojada então pela pessoa que me sensibilizou antes com a sua vulnerabilidade.
Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom, não pode ser considerada uma boa pessoa. Mas atente ao garçom. Se ele for medíocre e interesseiro não merece que gastes energia com isso!
Muitas (aqui em Pelotas é muitas) vezes o garçom é medíocre. Ele só não teve espaço e oportunidade pra mostrar isso.
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